É incrível como ele descreve a situação a que pode chegar um ser humano após o desprezo daqueles que deveriam ser seus irmãos, que deveriam tratá-lo com dignidade, socorrê-lo diante das suas necessidades. O fim a que chega um miserável, desesperado por não ter como prover alimento aos seus e vê-los sofrerem com a fome em tempos de inverno rigoroso...
O conflito entre os limites da razão humana: o homem de bem, aqui, dá lugar ao instinto animal de sobrevivência. O que fazer diante de uma sociedade que não se importa com o miserável que precisa alimentar muitas bocas sem ter nenhuma condição? Como raciocinar ao ver chorar de fome aqueles a quem amamos e não ter viv'alma para estender um pão ou um copo de leite?
É lastimável vermos que a história contada por Victor Hugo não se deu apenas em seu tempo, mas sempre houve em toda a existência da sociedade.
D. Bienvenu, Bispo de Digne, é o exemplo do amor desprendido de qualquer posse ou luxúria. Sua crença em um Deus bom e justo o leva a viver para o outro, sem sentimentos preconceituosos de qualquer espécie. Sua vida simples desperta naqueles que o encontram uma reflexão sobre as pequenas coisas que nos dão felicidade, o que para ele se resumia em ser solidário especialmente aos marginalizados.
Nosso tempo nessa vida é muito curto, comparado à eternidade que teremos após nossa morte física. Uma nova e maravilhosa terra está preparada para os que não se deixaram corromper pelas maldades, pelo desprezo ao próximo, pela crueldade. Que possamos encontrar o rumo certo para essa Eternidade, livre de fome, de miséria e de sofrimento.
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